quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Baiano morto na Espanha estava a dois dias de se casar, afirma irmão

Odycleidson Moraes foi assassinado no dia 5 de dezembro, em Girona.
Mãe da vítima ainda não teve acesso ao corpo e fez apelo em rede social.

O baiano Odycleidson, de 22 anos, foi morto na quinta-feira (5), na Espanha. (Foto: Reprodução do Facebook)

O baiano Odycleidson Moraes do Nascimento, 22 anos, assassinado no balneário espanhol de Blanes, em Girona, no dia 5 de dezembro, estava a dois dias do próprio casamento. A informação é do irmão da vítima, Gutemberg Júnior, que foi entrevistado pelo G1 na tarde desta quarta-feira (18).

De acordo com Gutemberg, Odycleidson estava bastante empolgado com a oficialização da relação, já que a união facilitaria a obtenção da cidadania local, que ele buscava por meio de advogados.
Gutemberg conta que o irmão conheceu a noiva, Nuria Autet, há pouco mais de quatro anos, quando a espanhola esteve em Salvador, em um período de carnaval. Na ocasião, detalha o irmão da vítima, a jovem estava acompanhada do padre Jaume Reixach, que acabou convidando o brasileiro para morar na Espanha.

"O grande sonho do meu irmão era juntar dinheiro e ajudar a nossa mãe. Esse foi o principal motivo de ele ter deixado o país. Quando o padre disse que ele poderia trabalhar na Espanha e receber melhor por isso, ele foi em frente. Antes de completar um ano do convite do padre, ele já tinha juntado dinheiro e ido embora", relata Gutemberg.

Fachada da casa do jovem, no bairro Sete de Abril, em Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1 BA)

Na Espanha, acrescenta o irmão da vítima, Odycleidson foi recebido na casa do padre, que funcionava como uma espécie de pensionato. Para garantir a acomodação no local, sem a necessidade de pagar aluguel, o baiano prestava serviços domiciliares, que incluíam limpeza e produção de refeições. Gutemberg conta que, no período de alta estação, o irmão trabalhava como garçom.

"Nesses quatros anos em que esteve lá, ele sempre nos disse que estava bem. Ele contava que trabalhava mais no verão e que, no inverno, o ritmo era menor. Ele contava a nossa mãe que só estava esperando a legalização da permanência no país para poder ajuda-lá e visitá-la aqui no Brasil. Infelizmente, não houve tempo", lamenta o irmão.

Gutemberg relata que a família também estabelecia contato com o padre, que dizia gostar do jovem baiano como filho. Para ele, foi justamente o tratamento carinhoso do religioso que causou ciúmes no filipino Eulogio Sun Lumalang, 44 anos, suspeito de matar Odycleidson a facadas. Segundo o jornal espanhol “El País”, o assassino confesso também foi levado à Espanha pelo padre, quando tinha 18 anos. Após a prisão, Eulogio disse à polícia que mantinha relações sexuais com o padre em troca de dinheiro.

"Este cara [que cometeu o crime] tinha um relacionamento amoroso com o padre. Com ciúmes, de algo que definitivamente não existia, ele acabou provocando o crime. Meu irmão tinha sonhos - queria ter um filho, queria ter uma família. Ele era bom demais. Bastante tranquilo e todo simpático. Uma pessoa fácil de fazer amizade e que não tinha problema com ninguém. O padre presenciou o crime e não ajudou em nada", relata.

Traslado
A mãe da vítima, que está na Espanha desde o dia 10 dezembro, ainda não conseguiu ver o corpo do filho, segundo Gutemberg. Ela ainda aguarda a liberação do corpo pelas autoridades espanholas. Com a negação do Itamaraty em oferecer o traslado do corpo do baiano, por motivações legais e orçamentárias, a mãe de Kekeo, como era conhecido o jovem baiano, tem utilizado as redes sociais para pedir ajuda aos familiares e amigos.

Por volta das 6 horas da manhã desta quarta-feira (18), no horário de Brasília, a mãe do jovem emitiu um depoimento emocionado por meio de uma rede social. "Já se passam 15 dias e, até agora, não tenho nenhuma decisão da Justica. Meu Deus, que angustia! Que dor que não passa! A cada dia as coisas ficam mais difíceis. O silêncio é o pior de tudo. Cadê as autoridades do Brasil? Aonde estão? O que se passa que eles não tenta me ajudar? Pelo amor de Deus, façam alguma coisa mim! Me ajudem! Sou brasileira e o meu filho tambem era. Ele só queria uma chance na vida. Não teve muita sorte. Aonde vocês estão na hora que se precisa? Por favor, façam alguma coisa pelo translado do corpo do meu filho. Que Deus abençoe a todos. De uma mãe desesperada", desabafou Maria Cristina Moares.

Procurado pelo G1, o Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Comunicação, informou que não recebeu um pedido oficial de ajuda da família, até a noite desta quarta (18). A pasta diz que só pode verificar se existe a possibilidade de ofertar alguma ajuda, caso a solicitação familiar seja devidamente emitida pelo governo.

fonte:http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/12/baiano-morto-na-espanha-estava-dois-dias-de-se-casar-afirma-irmao.html
Henrique Mendes - Do G1 BA
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