A dor que se abateu sobre a Galiza, quarta-feira ao início da noite, deu lugar à revolta, ao amanhecer. Às primeiras horas desta manhã, muitas insurgiram-se contra a falta de informação relativa ao estado dos passageiros que seguiam no comboio.
Dos 220 passageiros, 78 foram já dados como mortos esta manhã pelas autoridades espanholas, ascendendo a cerca de 130. Destes, mais de uma dezena encontram-se em estado considerado muito grave. As famílias dos sobreviventes estão concentradas no Hospital Universitário de Compostela, em lágrimas, de alívio para uns, de dor para todos.
No Centro de Crise montado em Santiago de Compostela, a revolta de familiares prendia-se com o facto de mais de 70 dos passageiros permanecerem ainda por identificar, desconhecendo-se, mais de 12 horas volvidas sobre a tragédia, se estas pessoas estariam ou não vivas.
"Uma vergonha, é o que isto é!", gritavam indignados alguns familiares, após uma noite em claro sem informações sobre o estado dos seus entes queridos.
No exterior do Centro de Crise, um homem, natural da Corunha, era o rosto do desespero: "Procuro pelo meu pai, que estava no comboio. Não sei se está vivo ou morto. Como eu muitos são os que estão aqui sem qualquer informação. Isto é algo impensável. Ninguém faz ideia do nosso sofrimento".
Numa rápida visita ao Centro, esta manhã, o autarca de Santiago de Compostela, Celso Currás, viria a ser confrontado por vários familiares sobre a falta de informação, situação que atribuiria ao moroso trabalho de identificação dos sinistrados.
fonte:http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3341889
imagem ilustrativa:www.estadao.com.br
LUÍS HENRIQUE OLIVEIRA, EM SANTIAGO DE COMPOSTELA
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