A quadrilha suspeita de ter sido responsável por um esquema de fraude na prefeitura de São Paulo arrecadou pelo menos R$ 29 milhões em propina em um período de 17 meses - de junho de 2010 a outubro de 2011, durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). O valor consta em uma lista de 410 empresas que foi apreendida durante as investigações, que fazia parte da contabilidade das atividades da quadrilha, segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). Os empreendimentos que constam na "lista da propina" são suspeitos de terem pago suborno para pagarem menos pelo Imposto Sobre Serviços (ISS). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O documento está em poder da Controladoria-Geral do Município e do MP-SP, após ter sido encontrado em um computador apreendido com o auditor fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, que passou a colaborar com as investigações após ter sido preso. Entre as 410 empresas da lista, estão grandes construtoras, dois hospitais e um shopping da capital paulista.
Para cada empreendimento, estão anotados o valor devido do ISS, o valor pago aos fiscais para reduzir essa cobrança e os tributos que efetivamente foram recolhidos. O promotor Roberto Bodini acredita que os detalhes que constam no documento são essenciais à investigação. "O excesso de organização deles vai nos ajudar", disse ele. Cada auditor fiscal recebia propinas de R$ 740 a R$ 94 mil.
Empresas pagaram menos de 10% dos impostos que deveriam
As quantias que chegaram aos cofres públicos são muito inferiores à dívida real - entre 5% e 10% do total. Segundo o MP-SP, os empreendimentos listados teriam que ter pagado cerca de R$ 61,3 milhões em tributos, mas a planilha indica que só foram recolhidos R$ 2,5 milhões.
A empresa Brookfield Incorporações está na lista de suspeitas de participarem do esquema. Ela já confessou ter pagado propina aos fiscais - o registro é de que R$ 1,16 milhão ficaram com os fiscais investigados. Os auditores deveriam ter recolhido R$ 1,9 milhão referente a seis empreendimentos, mas o valor das guias caiu para R$ 58 mil.
A construtora Cyrela também aparece no documento: ela deveria ter pago R$ 719 mil de ISS, mas pagou apenas R$ 20.580, mais R$ 295 mil de propina. A empresa nega envolvimento no esquema. Em nota, a Cyrela disse que "preza pela transparência e seriedade", e que está à "disposição dos órgãos públicos pertinentes para qualquer esclarecimento".
O shopping Iguatemi aparece na planilha, que diz que o empreendimento pagou R$ 63 mil para reduzir o ISS de R$ 158 mil para R$ 8.835. O estabelecimento negou o pagamento de propina e disse que a responsabilidade sobre tributos é da empresa contratada para realizar a obra.
Os hospitais Bandeirantes e Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades (Igesp) também foram cirados na lista. O primeiro disse não ter sido procurado pelo MP-SP, e afirmou que "sua trajetória sempre foi marcada pelo compromisso social". O hospital Igesp não respondeu sobre o assunto.
fonte:http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/fraude-em-sp-grupo-embolsou-r-29-mi-em-17-meses-diz-lista-da-propina,.html
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário