terça-feira, 21 de março de 2017

Fernando Prass: ‘Tenho direito e até dever de sonhar com seleção’

Goleiro do Palmeiras participou do Papo de Esporte, de TVEJA, e relembrou os dramas e glórias de sua carreira

Fernando Prass disse que pretende jogar até pelo menos 42 anos (Heitor Feitosa/VEJA.com)

O goleiro do Palmeiras Fernando Prass foi o convidado desta terça-feira do programa Papo de Esporte de TVEJA. Aos 38 anos, e plenamente recuperado da lesão no cotovelo que o tirou da Rio-2016, o ídolo dos palmeirenses revelou que pretende jogar por pelo menos mais quatro anos e admitiu que mantém o sonho de ser convocado por Tite para a seleção brasileira principal.

“Claro que sonho. Todo jogador titular de um clube grande e em boa fase tem o direito e até o dever de sonhar com seleção. Acho que é a cereja do bolo para um jogador, por mais que ele esteja realizado financeiramente, acho que a seleção é uma coisa mágica”, afirmou Prass, cuja carreira inspirou a biografia #Prass38 (Editora Panda Book), lançada na semana passada.

Prass relembrou o trauma vivido na preparação para a Rio-2016 e os quase seis meses longe dos gramados. “Eu sabia que eu teria de enfrentar tudo de novo e numa situação mais complicada, porque eu estava num momento mágico. Mas nunca passou pela minha cabeça ter de encerrar a carreira, foi só uma tristeza”, disse.

Destaque do Palmeiras na vitória diante do Santos, Prass admitiu que os clássicos são “os jogos mais gostosos” e que teve uma das atuações mais memoráveis de sua vida no último domingo. “Foi uma das melhores…É que são quase 18 anos de futebol, então muitas atuações ficaram para trás. Teve o jogo contra o Rosário Central, um em 2014 contra o Cruzeiro, aquele contra o Corinthians que ganhamos nos pênaltis….”

Prass falou sobre sua identificação com a torcida do Palmeiras e recordou que os primeiros anos foram complicados. “Além da sombra do Marcos, que sempre vai existir, eu cheguei num momento muito difícil, com o time na Série B. Eu brinco que eram 8.000 sócios-torcedores e hoje são 130.000, o Palmeiras estava sem estádio e hoje tem um dos melhores da América Latina, estava na segunda divisão e hoje é o campeão brasileiro…. Eu posso dizer que vivi de tudo no Palmeiras, esses quase cinco anos estão sendo bem intensos.”

Abaixo, a entrevista de Fernando Prass ao Papo de Esporte e outros trechos da conversa.

Método para pegar pênaltis – Eu não posso dizer que é sorte, porque desmereceria nosso trabalho. Mas tem vários aspectos, o ‘felling‘, a sorte de acertar o canto e, o mais importante, a explosão muscular, para conseguir ter potência e chegar num pênalti bem batido.

Provocações aos rivais – Acho que está mais complicado, porque antes não havia a violência e intolerância que existem hoje. O próprio jogador tem receio. Dizem que o Vampeta que inventou a coisa do “bambi” (apelido pejorativo para são-paulinos). Hoje em dia se você chama alguém de “bambi” é capaz de ser agredido no supermercado. A violência está em tudo, não só no futebol. Seria ingenuidade a gente achar que o futebol é uma ilha, que toda a sociedade é corrupta e violenta e o futebol não. É um reflexo da sociedade.

Organizadas – As torcidas organizadas fazem um belo espetáculo no campo, isso não podemos negar. Mas as torcidas hoje são auto-sustentáveis, ganham dinheiro, não precisariam de ajuda. Mas por interesse de diretores dos clubes foi criada uma relação difícil de cortar, uma troca de favores que não é legal.

Futuro – Não sei o que vou fazer, não me imagino como treinador. Mas o Zidane também falava isso antes… Eu não sei o que vou fazer quando parar, que eu espero que seja daqui uns quatro anos. Num planejamento ideal, pretendo morar uns dois anos fora e estudar algo novo, como administração, gestão, para aí decidir o que eu gostaria de fazer.

Referências – Tive dois ídolos no esporte: Ayrton Senna, que completaria 57 anos hoje, no dia do aniversário da minha esposa e do Ronaldinho Gaúcho. E a referência de goleiro da minha geração foi o Taffarel.

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