Dez dias após irem para o Alvorada, o presidente, a primeira-dama Marcela e Michelzinho voltam para o Jaburu; Temer não conseguia ver o filho, diz assessor
Presidente Michel Temer e a primeira-dama Marcela Temer recebem convidados para o jantar com a base aliada no Palácio da Alvorada. (Beto Barata/PR/Divulgação)
Dez dias depois de ter se mudado para o Palácio da Alvorada, o presidente Michel Temer, a primeira-dama, Marcela, e o filho Michelzinho, de sete anos, voltaram a morar no Palácio do Jaburu. “O presidente não se adaptou ao local, achava tudo muito distante e pouco conseguia ver o filho”, afirmou um assessor presidencial sob anonimato.
Temer, quando regressou nesta terça-feira de Salvador, onde passou o feriado do Carnaval na Base Naval de Aratu, já foi direto com a família para o Palácio do Jaburu, onde residia. “O presidente não gostou de lá, achou muito frio”, prosseguiu o interlocutor. Para o presidente, o Jaburu “se parece muito mais com uma casa comum”.
A ida da família presidencial para o Alvorada causou polêmica por causa das mudanças feitas no Alvorada, incluindo a instalação de uma tela de proteção na varanda do quarto reformado para receber Michelizinho. A reforma custou R$ 24.015,68, segundo a Secretaria de Governo.
Além disso, a família Temer pediu a retirada de tapetes vermelhos e a troca de sofás. “Tapetes foram substituídos, por uma questão de gosto pessoal, porque Marcela não gosta de tapete vermelho, os sofás têm sido substituídos, porque não gostam de sofá preto, porque não gostam do sofá cor de telha, apesar de essas cores terem sido escolhidas pela própria Anna Maria Niemeyer e Oscar Niemeyer na década de 1960”, afirma Claudio Rocha, ex-secretário-executivo da comissão de curadoria dos palácios do Planalto e da Alvorada, em entrevista ao site Poder 360.
O Palácio da Alvorada foi projetado e teve sua decoração original criada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), junto com sua filha, a arquiteta e designer Anna Maria Niemeyer (1930-2012). Situado às margens do lago Paranoá, foi o primeiro prédio inaugurado na capital federal, que teve a maioria de seus edifícios públicos projetado por Niemeyer.
A obra também foi criticada pelo ex-curador do Alvorada Rogério Carvalho, que classificou a iniciativa como “uma barbaridade deplorável”. Ele disse que o Palácio da Alvorada “é um símbolo nacional e não pode ser desfigurado como foi”. Carvalho lembrou ainda que o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, quando se mudou para a Casa Branca, tinha uma filha na idade do filho de Temer, sete anos, e nem por isso modificou a fachada da residência presidencial norte-americana.
‘Muito danado’
A instalação da tela foi autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A permissão dizia que a instalação é “em caráter temporário” e foi dada para atender a questões de segurança e determinou que “nenhum elemento de fixação poderá utilizar as superfícies revestidas em pedra (mármore)”. A área onde foi instalada a tela fica no segundo andar do Alvorada, onde está a parte íntima da residência. Ali existem seis quartos, que sofreram mudanças para receber a família.
Outra queixa frequente do presidente é que o menino, “que é muito danado”, de acordo com um assessor do palácio, “some a toda hora”, deixando seguranças e a avó, que fora morar com a filha Marcela e o presidente, preocupados. Para receber a família, além da tela, foram reformados armários do local.
Temer, Marcela e o filho também passam alguns dias da semana na casa que possuem no Alto de Pinheiros, bairro nobre da Zona Oeste paulistana. Enquanto moravam no Jaburu, Temer usou o Palácio do Alvorada para alguns eventos com políticos, como o célebre jantar que ele ofereceu para cerca de 200 deputados em outubro de 2016 com o objetivo de conseguir votos para aprovar a PEC do Teto de Gastos, que acabou passando no Congresso.
(Com Estadão Conteúdo)
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