quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Conheça o tipo de câncer que é facilmente confundido pelos médicos como uma simples infecção


A policial Polly Demetriou, em maio de 2011, percebeu um caroço do tamanho de uma ervilha sob sua clavícula esquerda.

Pouco tempo depois, passou a incomodar seu colete a prova de balas, e fez a mulher, hoje com 29 anos, agendar uma consulta com seu médico. Após alguns exames e antibióticos prescritos, imaginou-se que o inchaço era uma infecção bacteriana ou viral. Mas, na verdade, ela tinha um tipo de câncer.

O aumento dos gânglios linfáticos é um sinal comum, que pode ocorrer por um forte resfriado e até por problemas dentários, e tendem a sumir com o tratamento. Após os antibióticos, Polly notou que ele não havia diminuído e passou por uma ecografia e uma bateria de exames.

Ela recebeu a notícia de que não tinha nada sério e foi viajar. Foi aí que ela soube da biópsia, que acusava uma infecção não viral, e sim, por um linfoma de Hodgkin, um câncer do sistema linfática – rede de tecidos e glândulas que corre ao longo do corpo e ajuda a eliminar produtos residuais, toxinas, bactérias e vírus.

O linfoma de Hodgkin é, de fato, um dos cânceres mais comuns em jovens. Geralmente, o diagnóstico ocorre entre as idades de 15 e 29 anos e, no Reino Unido, onde Polly, um em cada cinco dos 1.900 diagnosticados a cada ano possui menos de 24 anos. A jovem teve sorte de ter o linfoma Hodgkin diagnosticado precocemente por seu médico, pois às vezes é confundido por um bom tempo com uma infecção viral. Estima-se que um em cada quatro casos não é diagnosticado até que o paciente seja encaminhado a um hospital especializado.


Uma pesquisa global feita pela Lymphoma Coalition, uma rede internacional de instituições de caridade e grupos de pacientes, revelou que o Reino Unido tem uma das piores taxas de diagnóstico do linfoma, ficando atrás apenas da Colômbia como o menos provável para identificar a condição dentro de quatro semanas após o paciente apresentar sintomas.

De acordo com Jonathan Pearce, presidente-executivo da ONG Lymphoma Association Charity, existem várias razões que causam dificuldade ao diagnóstico. "O linfoma pode se apresentar de várias maneiras diferentes. Não é como um câncer tradicional, que começa com uma massa sólida em um local específico. Os sintomas podem ser bastante vagos, ou replicar outras doenças e condições, algumas das quais são relativamente benignas”.

O sinal mais comum de linfoma de Hodgkin é um ou mais inchaços indolores na virilha, axilas ou pescoços, assim como o de Polly. São causados por um excesso de linfócitos afetados (glóbulos brancos) em um gânglio linfático.

Mas esses tumores podem crescer muito lentamente, e muitas infecções comuns podem produzir inchaços semelhantes nos gânglios linfáticos. Cerca de uma em cada quatro pessoas terá outros sinais de alerta, como suores intensos ​​e altas temperaturas durante a noite, perda de peso repentina, dor generalizada depois de beber álcool (talvez porque o álcool irrite as células cancerosas, provocando inflamação), tosse persistente, falta de ar ou coceira.

A natureza nebulosa de sintomas do linfoma e a complexidade do câncer significa que o encaminhamento precoce e o tratamento rápido de Polly estão longe de ser típicos. "Em alguns casos, podem levar anos de idas e vindas ao médico, antes de alguém ser diagnosticado", diz Pearce.

Para ajudar nesta lacuna de conhecimento, a Lymphoma Association and Royal College of General Practitioners criou uma ferramenta de aprendizagem online para ajudar médicos a se tornarem mais alertas para os sintomas do câncer. O diagnóstico precoce é a melhor esperança de uma cura. Quando diagnosticado no início, 90% dos pacientes ainda estarão vivos cinco anos após o diagnóstico, em comparação com cerca de 65% das pessoas que são diagnosticadas em estágio avançado. Novas drogas, como rituximab e brentuximabe se provaram eficazes contra algumas formas de linfoma. Além disso, a cirurgia, quimioterapia, radioterapia e transplante de células estaminais têm melhorado as perspectivas para muitos pacientes.

Após um tratamento complicado, o câncer retornou para Polly. O linfoma Hodgkin reincide em cerca de um em cada quatro casos e, quando isso acontece, a quimioterapia em doses padronizadas não é suficiente. Polly precisou de um transplante de células estaminais. Felizmente, seu irmão mais velho, Dave, era compatível e aceitou ser doador. Após um tratamento intenso por quimioterapia, ela recebeu uma infusão de células-tronco.

Isso funciona de duas maneiras: primeiro, ajuda seu sistema imunológico a resistir à quimioterapia de resgate. Em segundo lugar, ao contrário de suas próprias células do sistema imunológico, as células-tronco de seu irmão reconheceram o câncer como uma ameaça, e continuaram procurando e destruindo as células perdidas que haviam sobrevivido à quimioterapia. Estudos sugerem que o transplante de células estaminais é eficaz em sete de cada dez casos.

Após o transplante, Polly voltou ao trabalho como uma oficial de polícia comunitária, trabalhando internamente, até estar apta o suficiente para voltar às ruas.

Daily Mail Foto: Reprodução / Daily Mail
fonte:jornalciencia.com
por Bruno Rizzato
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