terça-feira, 22 de setembro de 2015

Mais dez pessoas são condenadas por esquema de desvios na Petrobras

João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, foi condenado a 15 anos e 4 meses.
Além dele, entre os condenados estão Renato Duque e Pedro Barusco.

Mais dez pessoas foram condenadas na segunda-feira (21) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Entre elas, estão: o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão; o ex-diretor da estatal Renato Duque pegou 20 anos e oito meses; e o ex-gerente Pedro Barusco, que, por ser delator, teve a pena reduzida e vai cumprir dois anos em casa e não poderá sair à noite.

41 pessoas já foram condenadas na Operação Lava Jato e algumas acumulam condenações: o doleiro Alberto Youssef, por exemplo, lidera a lista com cinco; o ex-gerente da Petrobras, Paulo Roberto Costa, tem três; o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, o consultor Júlio Camargo e o doleiro Carlos Habib Chater têm duas condenações cada um.

Todas as condenações de segunda (21) fazem parte de um processo que começou em março.
João Vaccari Neto é o primeiro agente politico a receber uma sentença na Lava Jato e foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Renato Duque e Pedro Barusco, além desses crimes, também foram condenados por associação criminosa.

Para o Ministério Público, houve pagamento de propina de mais de R$ 136 milhões em quatro obras da Petrobras. Pelo menos R$ 4,260 milhões foram entregues a João Vaccari Neto e ao Partido dos Trabalhadores, inclusive por meio de doações legais de campanha.

Na sentença, o juiz Sérgio Moro afirma que, mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras é a contaminação da esfera política pela influência do crime.

João Vaccari ainda é réu em outros dois processos na Lava Jato. Enquanto isso a Polícia Federal realizou mais uma fase da Operação Lava Jato, que já está na 19ª fase. Os agentes cumpriram 11 mandados judiciais em três estados. A 19ª fase foi batizada de Nessun Dorma, expressão italiana que, em português, significa "que ninguém durma".

O dono da empreiteira Engevix, José Antunes Sobrinho, foi preso por tempo indeterminado. Ele estava em casa, em Florianópolis.

Os investigadores afirmam que Sobrinho pagou R$ 140 milhões em propina para conseguir contratos com a Eletronuclear, uma subsidiária da Eletrobras.

Outro preso na segunda-feira (21) foi o operador João Augusto Henriques. A prisão dele é temporária. Para os procuradores da Lava Jato, João Augusto teria simulado contratos de prestação de serviço para receber dinheiro das empreiteiras investigadas no escândalo da Petrobras.
O juiz Sérgio Moro diz que ele se encarregou de distribuir propina ao PMDB. O operador se entregou à polícia e chegou à Curitiba à noite.

“Este operador é investigado por intermediar o pagamento de propina com destaque especificamente para um contrato de compra de navios-sondas pela Petrobras no valor de mais de US$ 1,8 bilhão, em que a propina ultrapassa US$ 30 milhões”, explica o delegado Igor Romário de Paula.
Um dos procuradores disse que os crimes na Petrobras e na Eletronuclear tiveram a mesma origem.
“Os casos do mensalão, do petróleo, Eletronuclear são todos conexos porque dentro deles está a mesma organização criminosa”, afirma Carlos Fernando Lima, procurador do Ministério Público Federal.

O advogado de João Vaccari Neto afirmou que não há provas contra o cliente e que a condenação foi com base em delação premiada. Ainda de acordo com a defesa, Vaccari cumpriu papel de tesoureiro de um partido ao solicitar doações. A defesa afirmou que vai recorrer da sentença.
O PT afirmou que considera um equívoco a condenação de João Vaccari Neto e que todas as doações ao partido foram feitas de forma legal e declaradas à Justiça Eleitoral.

O advogado de Pedro Barusco disse que a sentença está dentro dos limites do acordo de colaboração.
O Jornal da Globo não conseguiu contato com a defesa de Renato Duque.
A defesa do grupo Engevix e de José Antunes Sobrinho afirmou que prestou todos os esclarecimentos à Justiça.

A direção do PMDB afirmou que jamais autorizou alguém a agir como intermediário, lobista ou operador em estatais.
O Jornal da Globo também não conseguiu falar com os advogados da Eletronuclear e de João Augusto Henriques.

fonte:g1.globo.com
Marcelo Rocha - Curitiba, PR
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