quinta-feira, 2 de maio de 2013

Coreia do Norte condena americano a 15 anos de trabalhos forçados

Keneth Bae foi acusado de cometer 'atos hostis' contra Pyongyang; analistas acreditam que Coreia do Norte deve usar americano como moeda de troca para dialogar com EUA

Um americano detido há aproximadamente seis meses na Coreia do Norte foi sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados por crimes contra o Estado, informou a mídia norte-coreana nesta quinta-feira (2). O caso de Keneth Bae pode complicar ainda mais as já tensas relações entre Pyongyang e Washington.

Reuters
Reprodução de vídeo divulgada por agência de notícia de Seul mostra retrato do cidadão americano Kenneth Bae

A sentença do americano de descendência coreana, descrito por amigos como um cristão devoto e um guia de turismo, vem em meio a tentativas tímidas de ação diplomática após semana de tensões crescentes na região. A Coreia do Norte ameaçou atacar os EUA e a Coreia do Sul, uma resposta às sanções da ONU por conduzir um lançamento de um foguete à longa distância em dezembro e por realizar um teste nuclear em fevereiro.

Analistas afirmam que Pyongyang poderia usar Bae como uma moeda de troca, uma vez que busca diálogo com Washington. O Departamento de Estado americano não fez qualquer comentáirio sobre a sentença.

Essa não é a primeira vez que um americano é preso e sentenciado a trabalhos forçados durante um impasse nuclear. Em 2009, depois do segundo teste nuclear subterrâneo feito por Pyongyang, dois jornalistas americanos foram condenados a 12 anos de trabalhos forçados por entrar pela fronteira da China.

Eles foram perdoados por razões humanitárias e libertados depois que o ex-presidente Bill Clinton foi ao país para a missão de resgate. Ele também se encontrou com o então líder norte-coreano Kim Jong-il .

O julgamento de Bae, acusado de "cometer atos hostis" contra a Coreia do Norte, ocorreu na Suprema Corte na terça-feira, segundo informou a agência de notícias estatal norte-coreana.

Ele foi preso no início de novembro em Rason, zona econômica especial na região nordeste do país, que faz fronteira com a China e com a Rússia. Amigos e colegas dizem que Bae, americano que viviam no Estado de Washington, morava na cidade de fronteira com a China de Dalian e viajava frequentemente para a Coreia do Norte para alimentar órfãos.

A mídia estatal se refere a Bae como Pae Jun Ho, pronúncia de seu nome em coreano. Bae é o sexto americano detido desde 2009. Os outros eventualmente foram deportados ou libertados.

Três outros americanos detidos nos últimos anos também eram devotos do cristianismo. Enquanto a constituição da Coreia do Norte garante liberdade religiosa, na prática apenas missas sancionadas são permitidas pelo governo.

A Coreia do Norte pode estar buscando, com a prisão de Bae, a visita de algum outro enviado americano, disse Ahn Chan-il, chefe do Instituto Mundial para Estudos sobre a Coreia do Norte. "A Coreia do Norte está usando Bae para que essa visita aconteça. Um mandachuva americano visitando Pyongyang melhoraria o perfil de Kim Jong-un como líder", disse.

Com AP
fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-05-02/coreia-do-norte-condena-americano-a-15-anos-de-trabalho-forcado.html
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.
Faça sua pesquisa
http://www.facebook.com/profile.php?id=100001544474142

Nenhum comentário:

Postar um comentário