Pesquisadores da IBM criaram o menor filme do mundo – uma animação simples mostrando um menino - ao manipularem átomos de carbono em uma superfície de cobre. A animação de 90 segundos, intitulada Um Menino e seu Átomo, foi feita usando uma técnica chamada stop motion, em que o objeto (no caso, os átomos) é manipulado e filmado quadro a quadro. O filme mostra o menino brincando com uma “bola” (feita de um único átomo), dançando e pulando.
Cada esfera que forma a imagem do menino também é um átomo. Quatro cientistas tiveram que trabalhar 18 horas por dia durante duas semanas para completar a animação, que tem 242 quadros. Para se ter uma ideia do tamanho do filme, mil quadros dele colocados lado a lado teriam a espessura de um fio de cabelo humano. Agulha Os átomos foram movimentados usando um microscópio especial. O instrumento funciona com uma agulha muito fina e com carga elétrica que, ao ser passada sobre uma superfície, "salta o intervalo” entre um átomo e outro, criando um efeito físico conhecido como "tunelamento quântico”.
Os 242 quadros do filme são, essencialmente, mapas dessas "correntes de tunelamento”. "A ponta da agulha é tanto os nossos olhos como as nossas mãos: ela percebe os átomos para fazer imagens de onde esses átomos estão, e então é movida mais próxima aos átomos para guiá-los sobre a superfície para novas posições”, explica Andreas Heinrich, pesquisador-chefe do Centro de Pesquisas da IBM, na Califórnia. "Os átomos se mantêm em suas posições porque formam ligações com os átomos de cobre abaixo da superfície, e isso nos permite fazer uma imagem de todo o conjunto de átomos em cada quadro do filme”. "Entre cada quadro, nós movemos cuidadosamente os átomos para suas novas posições e fazemos outra imagem”, indica. Heinrich diz que o objetivo do filme foi incentivar novas gerações a se interessar por tecnologia e pelas ciências. "Isto (o vídeo) não é de fato um avanço científico.
O filme é na verdade um estímulo para que as crianças e demais pessoas discutam e se empolguem com assuntos como matemática, ciência e tecnologia”, conclui. O filme evidencia a crescente capacidade de cientistas de manipular a matéria no nível atômico, algo que cientistas esperam usar no futuro para criar novas soluções para armazenamento de dados. No ano passado, cientistas da IBM demonstraram a possibilidade de guardar um bit – unidade digital de informação – usando apenas 12 átomos.
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